Resultado 2018: Versa +23,5%, CDI +6,4%, Ibovespa +15,0%

0
5712

2018

Foi um ano volátil para a bolsa e para a nossa estratégia. Acreditávamos na aceleração da economia, frustrada pela greve dos caminhoneiros e pelas incertezas eleitorais. Achávamos que as eleições não trariam a volatilidade de 2014, o que se concretizou para o índice Bovespa empurrado pelas ações de commodities. Já o Versa sofreu com o aumento do desconto de liquidez das small-caps e com a queda das ações do mercado interno. Após as eleições as ações da carteira subiram, o fundo recuperou as perdas e superou o Ibovespa.

29-dez-1731-dez-18Variação
Versa5,036,21+23,5%
CDI aa6,4%6,4%+6,4%
Ibovespa76.40287.887+15,0%

 

Apesar dos altos e baixos o Versa fechou o ano com retorno satisfatório comparado ao benchmark. Por outro lado, o retorno ajustado à volatilidade de 41% foi baixo (Sharpe de 0,42). Os investidores avessos a risco verão muito risco para pouco retorno, enquanto os amantes a risco enxergarão os benefícios da alta volatilidade, que permite bons resultados em tempos de baixa assimetria positiva (relação acerto/erro).

LivroPosição LíquidaLucro (Prejuízo)
Long205%+29,9%
Short-139%-20,0%
Opç Bolsa+25,0%
Opç Dólar-7,9%
CDI+6,4%
Taxas-2,9%
Resultado+23,5%

 

Gostamos de dividir o Versa entre as estratégias long & short e o direcional feito através das opções pois os livros têm horizontes de investimento diferentes. As teses sobre as ações do fundo, que escrevemos nos artigos, demoram para maturar. Por isso a carteira do long & short tem horizonte de investimento de médio-longo prazo.

Já as opções são uma aposta na velocidade do mercado. As regras do fundo nos restringem a comprar calls ou call-spreads quando estamos otimistas e put ou put-spreads quando pessimistas, e as opções costumam vencer 2 a 3 meses depois da compra. Por isso, além da direção, as opções são uma aposta no tempo que levará para o mercado se mover, o que faz delas investimentos de curto prazo.

As opções foram as maiores responsáveis pelo ganho do fundo, com resultado total de 17%. No início do ano tínhamos opções de Índice, Petrobrás e Usiminas. Após o rally inicial trocamos por opções de Dólar que expiraram após as eleições. Após a vitória do Bolsonaro e a queda na volatilidade implícita das opções, voltamos a adicionar risco à estratégia comprando opções de Bolsa como comentamos no resultado de novembro.

O long & short contribuiu com a menor parte do resultado positivo de 2018. O fundo teria rendido 8,3% se tivesse apenas a estratégia long & short, superando o CDI. A carteira long subiu 14,6% enquanto a short 14,3%. Os desempenhos similares ao Ibovespa podem ser coincidência ou fruto de excessiva diversificação. Desconfiamos do primeiro uma vez que o long & short teve perda com a carteira concentrada e se recuperou com a carteira diluída.

Variação
2018
Ganhos
Versa
LCAM3+96%+23,0%
FIBR3+41%+9,3%
TRIS3+100%+8,0%
UGPA3-29%+6,3%
DIRR3+32%+5,3%
HGTX3+14%+4,8%

maiores ganhos em 2018

O maior ganho do long & short no ano foi Locamérica que anunciou no último dia de 2017 a fusão com a Unidas e começou o ano com forte valorização. O investimento em Fibria colheu os frutos anunciados pelo Paulo no artigo publicado após investirmos na empresa. Continuamos investidos através da Suzano. A construtora Trisul divulgou bons resultados ao longo do ano com melhora nas vendas e na lucratividade. Com baixa liquidez, é pouco coberta pelos analistas das corretoras. No início do ano era a construtora mais barata da bolsa na métrica preço/lucro. A venda à descoberto em Ultrapar, comentada em fevereiro e após a zeragem, foi a venda mais lucrativa do Versa.

Variação
2018
Perda
Versa
IRBR3+146%-16,4%
BEEF3-53%-4,7%
NATU3+36%-3,8%
VVAR3-47%-3,8%

maiores perdas em 2018

A venda à descoberto de IRB foi a maior perda do ano após a empresa divulgar fortes resultados operacionais. Minerva sofreu com o alto endividamento em Dólar e a depreciação do Real. As ações da Natura dispararam após o bom resultado do 3o trimestre e a Via Varejo caiu após divulgar vendas e margens fracas nos últimos trimestres.