Resultado Mensal (Out/19): Estreia da Abertura dos Resultados dos Fundos Charger e Tracker

0
4212

Caros amigos,

Nessa edição da carta mensal abrimos os resultados de todos os fundos da casa, incluindo o Tracker e o Charger. Esses fundos tem menor volatilidade que o mais conhecido Fundo Versa, mas seguem uma cabeça de gestão parecida. Através deles, o investidor consegue exposição ao estilo de gestão da Versa Gestora, ajustada a cada perfil de risco. O Tracker é um fundo multimercado macro. O Charger é um fundo long-only tradicional. Você encontrará mais detalhes sobre o desempenho de cada fundo abaixo.

Forte Abraço,

Time Versa

Carta Mensal

O mês de outubro trouxe novos cortes de juros nos EUA (-25bps) e Brasil (-50bps), além de um vai-e-vem de uma possível trégua na guerra comercial entre EUA e China. A guerra comercial é fator importante por trás da recente desaceleração da economia global. Seu potencial fim melhora as perspectivas do comércio global e da atividade econômica nas duas maiores economias do mundo (EUA e China), uma das quais é grande parceira comercial do Brasil (China). Os principais índices de ações nesses mercados tiveram desempenho positivo em outubro, com alta de +2,0% no S&P 500 e +2,4% no Ibovespa. O cenário trouxe um respiro para os fundos da casa: O Versa teve alta de +3,10%. O Versa Fit subiu +1,81%. O Tracker avançou +1,59%. O Charger, nosso fundo de ações long-only, ganhou +0,96% em outubro, acumulando alta de +25% desde Jan/2019.

Resultados Fundos

30-set-1931-out-19Variação
Versa 6,236,42+3,10%
Fit0,930,95+1,81%
Tracker1,201,22+1,59%
Charger1,241,25+0,96%
CDI aa5,4%5,4%+0,48%
Ibovespa104.745107.220+2,36%

 

LivroPosição VersaP&L VersaPosição Fit P&L
Fit
Long266,0%+3,36%134,5%+1,56%
Short-178,8%-3,53%-92,0%-1,80%
Opç Bolsa96,8%+1,61%50,8%+1,02%
Opç Dol-73,6%+1,36%-39,2%+0,75%
CDI0,5%0,5%
Taxas-0,20%-0,22%
Resultado+3,10%+1,81%

 

LivroPosição ChargerP&L Charger
Long99,0%+0,89%
Taxas+0,07%
Resultado0,96%

 

LivroPosição TrackerP&L Tracker
Long/Short5,1%-0,37%
Câmbio54,4%1,42%
Pré0%0,00%
RF-Stocks18,5%0,17%
CDI0,5%
Taxas-0,12%
Resultado1,59%

 

Destaques Positivos

Os destaques positivos do mês foram empresas ligadas ao consumo doméstico no setor de varejo e imobiliário. Esses setores são ligados à oferta de crédito no país e devem se beneficiar do impulso de crédito advindo do afrouxamento monetário em curso pelo Banco Central brasileiro. Especificamente no setor imobiliário, os resultados já estão melhores. O gráfico abaixo mostra a evolução da velocidade de venda das incorporadoras de média-alta renda concentradas em São Paulo.

Figura 1: Venda sobre Oferta (VSO)

Fonte: Trisul, Tecnisa, Even, Helbor, Eztec, Versa Asset

O mês também foi positivo para as ações da Petrobras, que acompanharam a alta do petróleo internacional (Brent +2,0%) e reagiram a um resultado acima do esperado para o 3T19. Pela primeira vez em alguns anos, a empresa está entregando aumentos de produção e cortes de custo, sustentando crescimento nos lucros mesmo em períodos de queda no preço do petróleo internacional (exemplo 3T19). Acreditamos que a tendência continuará, ajudada pelos investimentos da empresa no pré-sal. Mais informações sobre nossa tese de investimento na Petrobras aqui e aqui.

Δ AçãoVersaFit
TRIS3+20,70%+4,47%+2,23%
PETR4+10,31%+2,47%+1,28%
EVEN3+16,10%+1,67%+0,86%
BRPR3+3,05%+0,91%+0,39%
AMAR3+12,74%+0,67%+0,34%

maiores ganhos em outubro

Destaques Negativos

Do lado negativo, destacamos a posição vendida a descoberto em Magazine Luiza e as posições compradas em Hering, Viavarejo e Iochpe. A posição vendida em BOVA11 serve como hedge e funding da carteira comprada e não deve ser olhada de forma isolada. Começando pelo setor de varejo, apesar da volatilidade das ações em outubro, mantemos a exposição no setor para capturar a recuperação do varejo, especialmente em empresas com história de recuperação interna (Hering e Viavarejo). Hering reportou em seu resultado do 3º trimestre um crescimento das vendas mesma lojas de +6,6% (acima da expectativa de mercado) assim como a melhora da margem bruta. A Viavarejo reporta o resultado dia 13/11 e deve ainda apresentar números fracos pois o novo time é recém chegado. Todavia estamos atentos para ouvir sobre a evolução das iniciativas já implementadas para resolver os erros do passado. Vale destacar que a empresa ficou escanteada pelo GPA nos últimos três anos e o novo grupo de acionistas é liderado pela família Klein com vasta experiência no varejo eletroeletrônico e de concessão de crédito às classes C e D.

Por último, destacamos as ações da Iochpe, que caíram -9% no mês de outubro. A Iochpe é a maior produtora de rodas para veículos no mundo. Seu negócio tem sido desafiado pela desaceleração global, que pesou em especial sob o setor automotivo. Os desafios do setor são dois: (1) guerra comercial, que reduz a atividade econômica no geral e desestimula a demanda por bens duráveis, especialmente veículos pesados. A China, maior mercado veicular do mundo e participante da guerra comercial, tem sofrido as maiores quedas de demanda; e (2) o endurecimento dos padrões de emissões de CO2, causando aumentos no custo de produção e preço de carros principalmente nos EUA (desde 2012) e na Europa (desde 2018). Além dos maiores custos, algumas montadoras na Europa citaram dificuldades de entrega de plataformas de veículos menos poluentes nos últimos meses. O resultado disso é a redução da produção de veículos a nível global. No acumulado de 2019, a produção total de veículos na America do Norte e Europa caem -1,0% e -4,3%, respectivamente. Na China, as vendas de veículos tiveram queda de -11,5% a/a até setembro, com a pior queda sendo registrada no início do ano (janeiro a maio -15,4%) e o ritmo de queda desacelerando desde então (junho a setembro -6,4%).

Acreditamos que o maior desses desafios, que é a queda de demanda na China, é passageira. O consumo de veículos na China, mesmo que sendo o maior do mundo, é abaixo da média de países desenvolvidos quando medido em unidades/capita. No longo prazo, passada a disputa comercial com os EUA e o baque de confiança do consumidor chinês, acreditamos que a tendencia deveria voltar ao crescimento. Na Europa, o efeito dos padrões mais rígidos de emissões é não recorrente, pois a redução ocorre devido a um aumento de demanda antes das restrições (efeito pre-buy). Com o passar do tempo o ritmo de crescimento deveria ser recuperado, especialmente se houver impulso fiscal diante da nova paradigma de juros negativos na região. Nos EUA, olhamos com cautela, pois enxergamos dois desafios à frente: (1) evidencias de que o consumidor médio americano está se endividando excessivamente para conseguir comprar carros; e (2) o crescimento acelerado e cíclico do sub-segmento de veículos pesados nos últimos anos, que já estava devendo uma correção. Diante desse cenário, vemos as ações da Iochpe com um desconto significante vs. o histórico (múltiplos EV/EBITDA). A Iochpe virou um clássico value stock e por isso mantemos a posição comprada.

Δ AçãoVersaFit
HGTX3-9,36%-2,19%-1,09%
BOVA11+2,20%-1,93%-0,98%
MGLU3+20,52%-1,71%-0,91%
VVAR3-6,31%-1,67%-0,85%
MYPK3-9,07%-1,52%-0,81%

maiores perdas em outubro

Disclaimer: As opiniões, análises e informações contidas nesse artigo não constituem recomendação de investimento, nem tampouco material de oferta para subscrição, compra ou venda de títulos ou valores mobiliários, instrumentos financeiros, cotas em fundos de investimento ou qualquer produto ou serviço de investimentos. Declarações contidas neste artigo relativas às perspectivas dos negócios, projeções de resultados operacionais e financeiros, bem como referências ao potencial de crescimento das companhias citadas, constituem meras previsões, baseadas nas expectativas do analista responsável em relação ao futuro. Essas expectativas são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Versa Gestora de Recursos Ltda., seus sócios e colaboradores, por meio dos fundos de investimentos da casa, podem ou não estarem posicionados em títulos e valores mobiliários de emissores aqui mencionados, de forma que eventualmente influencie nas opiniões e análises aqui presentes.