Abril foi um mês fraco para os mercados de ações mundialmente, impactados negativamente por dados mostrando um mercado de trabalho e inflação ainda aquecidos nos EUA. O banco central americano (FED) continua trabalhando para desaquecer a economia americana, com o propósito de trazer a inflação de volta para a meta de 2% ao ano. Sua principal ferramenta neste trabalho são os juros, que hoje estão no maior patamar em mais de 20 anos. No último mês, o mercado financeiro global precificou um cenário de “higher for longer”, ou “mais alto por mais tempo” para os juros, se alinhando à visão dos membros do FED em comunicados recentes. Isso refletiu negativamente em ativos de risco que competem com títulos do tesouro americano, como ações. Com isso, depois de subir quase continuamente desde o final de outubro, o S&P 500 teve queda de -4,16% no mês, com destaques negativos para Microsoft, Meta, NVIDIA, Intel e Amazon. O pessimismo se espalhou para ativos brasileiros, apesar de por aqui os dados de inflação divulgados em abril terem vindo abaixo das expectativas. A curva de juros futuros pré-fixados no Brasil subiu 70-80 pontos-base, dependendo do vencimento, acompanhando a alta dos juros nos EUA e refletindo dados mostrando um mercado de trabalho forte por aqui também. O Ibovespa caiu -1,7%, puxado principalmente pelas ações de Itaú, Eletrobras, B3, Itaúsa e Localiza. Essas mais que compensaram altas importantes para Petrobras, Vale (que acompanhou a alta do minério de ferro e repercutiu um forte resultado divulgado para o 1o trimestre), JBS e Brasil Foods (que subiram devido a uma expectativa de fortes resultados nos negócios de frango e suíno dessas empresas). A Petrobras subiu porque o seu conselho de administração decidiu pagar metade do dividendo “extraordinário” referente ao resultado de 2023. O dividendo extraordinário é financiado pelo lucro retido após pagamento do dividendo mínimo estabelecido na política de dividendos da Petrobras. No final de 2023, a Petrobras reteve R$43,9 bilhões, conforme orientação da União, que é o acionista controlador. Em abril, a União mudou de opinião sobre essa retenção e votou por pagar metade do valor retido anteriormente. A decisão agradou o mercado, e por isso as ações da Petrobras subiram.
Resultado do Versa Institucional FIA (nossa principal carteira de ações)
A principal carteira de ações dos nossos fundos, representada pelo fundo long-only Versa Institucional FIA, teve desempenho fraco em relação ao Ibovespa em abril. Como já sabido pelos leitores dessa carta, temos uma carteira especialmente sensível ao cenário de juros, com posições em empresas como Grupo Soma, Guararapes, Multilaser, Lojas Renner, e BR Partners, que caíram em abril. As quedas nessas ações foram mais relevantes do que as altas que tivemos em posições como JBS e General Motors. Com isso, o Institucional FIA teve uma perda de -9,9% no mês.
Institucional FIA | ||||
---|---|---|---|---|
+ | Posição Long | -9,68% | ||
+ | Caixa e custos | -0,18% | ||
= | Total | -9,85% | ||
- | Benchmark (Ibov) | -1,70% | ||
= | Excesso Benchmark | -8,15% |
Destaques do mês- Institucional FIA | |||||
---|---|---|---|---|---|
Maiores | Contribuição | Menores | Contribuição | ||
JBS | 0,71% | Grupo Soma | -2,18% | ||
General Motors | 0,08% | BR Partners | -1,85% | ||
Banco do Brasil | -0,15% | Multilaser | -1,63% | ||
3 Tentos | -0,16% | Lojas Renner | -1,10% | ||
Vittia | -0,36% | Guararapes | -1,04% |
Resultado dos fundos Long-Biased (carteira de ações mais alavancagem)
Nossos fundos long-biased em geral entregam resultado na mesma direção que o Institucional FIA, porém em maior grau devido à alavancagem dos mesmos. Assim foi em abril, quando o Versa teve queda de -19,0% e o Fit caiu -15,7%.
Versa Long Biased | ||||
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Carteira long (Institucional) | -9,85% | |||
x | ||||
Alavancagem | 2,63 | |||
≅ | ||||
+ | Posição Long | -24,21% | ||
Carteira short (Bova11) | -1,4% | |||
x | ||||
Alavancagem short | -0,75 | |||
= | ||||
+ | Posição Short | 1,07% | ||
+ | Hedge | 4,86% | ||
+ | Financiamento, Caixa e Custos | -0,68% | ||
= | Total | -18,96% | ||
- | Benchmark (CDI) | 0,89% | ||
= | Excesso Benchmark | -19,85% |
Fit Long Biased | ||||
---|---|---|---|---|
Carteira long (Institucional) | -9,85% | |||
x | ||||
Alavancagem | 2,02 | |||
≅ | ||||
+ | Posição Long | -21,35% | ||
Carteira short (Bova11) | -4,2% | |||
x | ||||
Alavancagem short | -0,75 | |||
= | ||||
+ | Posição Short | 3,18% | ||
+ | Hedge | 3,30% | ||
+ | Financiamento, Caixa e Custos | -0,85% | ||
= | Total | -15,73% | ||
- | Benchmark (CDI) | 0,89% | ||
= | Excesso Benchmark | -16,61% |
Resultado do fundo Versa Genesis
Em abril, o fundo Versa Genesis registrou uma queda de 11,7%, influenciada pelo aumento das taxas futuras de juros no Brasil e da alavancagem média de 198% do patrimônio líquido (PL) comprada no mês de abril. O fundo não possui posições vendidas (short).
A carteira do fundo Genesis é composta por papéis de infraestrutura que são afetados negativamente pelo aumento das taxas de juros de duas maneiras: (i) pelo aumento da expectativa do custo da dívida das empresas e (ii) pela utilização de uma taxa de desconto maior para descontar o fluxo de caixa futuro.
Desde o começo do ano as taxas de juros reais da NTNB 2055 subiram 67bps, sendo 29bps apenas em Abril, atingindo o patamar de IPCA + 6,15%. Isso levou o fundo a uma queda de 21,9% no ano. A queda é em linha com o que seria esperado para o fundo, pois os papéis têm um duration médio de 20, o que significa que um aumento no juros de 67bps deveria levar a uma queda de 13,4% (20 * 0,67% = 13,4%) em uma carteira 100% comprada, considerando que o único fator que afeta o desempenho dos papéis seria a sensibilidade do fluxo de caixa à taxa de juros. Como nossa alavancagem média no ano é em torno de 190%, esse resultado negativo de 13,4% ocasionaria uma queda de cerca de 25% no fundo, próximo ao 21,9% de queda observado.
Esperamos que, com uma diminuição das taxas de juros reais, o fundo se comporte de forma semelhante a períodos anteriores. Em 2023, com uma compressão na taxa de juros real de 80bps, o Genesis obteve um retorno de 87% no ano.
Nossas principais posições seguem sendo Ecorodovias, Copasa e Energisa. Não houveram mudanças relevantes no portfólio no mês de Abril.
Genesis | ||||
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Carteira long | -5,70% | |||
x | ||||
Alavancagem | 1,98 | |||
= | ||||
+ | Posição Long | -11,30% | ||
+ | Financiamento, Caixa e Custos | -0,41% | ||
= | Total | -11,72% | ||
- | Benchmark (IPCA +YIMA-B) | 0,77% | ||
= | Excesso Benchmark | -12,48% |
Destaques do mês - Genesis | |||||
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Maiores | Contribuição | Menores | Contribuição | ||
TIM | 0,40% | EcoRodovias | -3,24% | ||
CPFL Energia | -0,12% | Allos | -2,30% | ||
Sabesp | -0,39% | Copasa | -1,99% | ||
Copel | -0,51% | Energisa | -1,85% | ||
Neoenergia | -1,30% | Neoenergia | -1,30% |
Resultado do fundo macro Versa Tracker
O aumento das taxas de juros pré-fixadas, comentado no início da carta, impactou negativamente o resultado do Tracker, que terminou o mês com perda de -23,0%.
Tracker | ||||
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+ | Bolsa | -9,19% | ||
+ | Macro | -17,57% | ||
+ | Hedge | 3,03% | ||
+ | Caixa e Custos | 0,76% | ||
= | Total | -22,97% | ||
- | Benchmark (CDI) | 0,89% | ||
= | Excesso Benchmark | -23,86% |
Agradecemos a confiança depositada.
Atenciosamente,
Equipe Versa
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