Resultado Mensal (Junho/23)

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Introdução

Junho foi um mês positivo para o mercado de ações mundialmente, com o Brasil novamente se destacando devido à redução de juros que ocorreu por aqui após dados mostrarem arrefecimento das pressões inflacionárias. A taxa de juros nos títulos de dívida pré-fixada com vencimento em 10 anos no Brasil caíram -98 pontos base. Isso ajudou o Ibovespa a subir +9% no mês. 

A maior contribuição para a alta do Ibovespa foi a Petrobras, que subiu quase +20% devido à percepção de que o governo não cometeu intervenção relevante e explícita na estatal nos primeiros seis meses do novo governo. Vale mencionar que, no último dia do mês, a Petrobras reduziu o preço da gasolina em movimento que nos parece direcionado a mitigar a reoneração cheia do PIS/COFINS na gasolina a partir de julho. De acordo com a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis, essa redução na parcela Petrobras do preço da gasolina ampliou o desconto para paridade de importação na gasolina para -16%. Está cedo para afirmar que há uma intervenção explícita e significante na Petrobras, mas discordamos do otimismo geral do mercado com a Petrobras ao vermos o governo essencialmente “trocar resultado da Petrobras por arrecadação de PIS/COFINS”. Nessa troca, o minoritário da Petrobras participa em cheio da queda do preço da gasolina e não participa do aumento da arrecadação de PIS/COFINS. Com petróleo a $75/barril, o desconto para paridade já é -16%. Talvez não assuste tanto ainda, mas qual seria o desconto se petróleo voltar para $100/barril? Não há resposta fácil para essa pergunta, portanto preferimos não investir em Petrobras no momento.

As ações da Petrobras foram na contramão de outras exportadoras como Suzano, Weg, Vale, CSN e Usiminas, que caíram por conta da queda de -5,27% na cotação do dólar. Lá fora o S&P 500 subiu +6,47% apesar da taxa de juros 10 anos subir de 3,64% para 3,82%. As ações que mais subiram foram as de tecnologia (Apple, Tesla, Amazon, Microsoft, Meta, e Nvidia). O otimismo com os dados de atividade (que seguem fortes apesar do ciclo de aperto monetário) e também com os rumos da inteligência artificial sustentou o índice de ações. O desempenho do S&P 500 em junho chama atenção, por dois motivos. Primeiro porque se os dados de atividade estão resilientes, tudo mais constante deveríamos esperar um ciclo mais longo e/ou intenso de aperto monetário, o que seria negativo para ações de duration longo como as de tecnologia. E segundo porque ainda não está claro como o avanço da inteligência artificial (hoje representada por ferramentas como ChatGPT) irá impactar as empresas de tecnologia de fato.

Resultado do Versa Institucional FIA (nossa principal carteira de ações)

Nosso fundo long-only Institucional FIA subiu +14,0% no mês, liderado pelas ações Guararapes, Neoenergia, BR Partners, Trisul e Banco do Brasil. A Neoenergia subiu após não vencer nenhum lote do leilão de transmissão de energia ocorrido no último dia do mês. O fato da empresa não ganhar nenhum lote foi positivo pois o retorno das propostas ganhadoras do leilão foi, se considerarmos premissas conservadoras, menor do que a taxa de juros real de longo prazo. As outras ações da carteira do Institucional FIA subiram por conta da queda de juros, que impacta sobremaneira empresas de consumo, empresas do setor imobiliário e empresas do setor financeiro. Assim tem sido desde abril, mês em que o cenário perverso para os juros (que tanto nos impactou desde final de 2021) começou a dar trégua. Inicialmente, a queda de juros veio como reação ao arcabouço fiscal. Agora, o que está ajudando são os dados mais fracos de inflação.

Resultado dos fundos Long-Biased (carteira de ações mais alavancagem)

Nossos fundos long-biased Versa e Versa Fit subiram +20,2% e +15,2%, respectivamente, levados pela alta da carteira de ações long. A alta dos fundos long-biased supera à do long-only devido à alavancagem presente nestes fundos.

Resultado do fundo Versa Genesis (outra carteira de ações com perfil de renda recorrente + alavancagem)

Nosso fundo Genesis teve o melhor desempenho dentre os fundos da casa em junho, com alta de +23,9%. O Genesis além de ser uma carteira de ações sensíveis a juros (todas as ações do fundo subiram com a queda dos juros em junho), tem hoje a maior exposição líquida em ações dentre os fundos da casa. Além disso, sua 2a maior posição é Neoenergia, que subiu +31,7% no mês e contribuiu 9,46 pontos percentuais ao desempenho do fundo. O Genesis também se beneficiou do bom desempenho das ações de Aliansce Sonae e Energisa.

Resultado do fundo macro Versa Tracker

O fundo Versa Tracker, cuja maior exposição é uma posição aplicada em juros pré-fixados, subiu +17,2% em junho. A exposição ao pré contribuiu 8,9 pontos percentuais ao desempenho do Tracker. Além disso, o fundo teve ganhos nas posições long e RFStocks. Essas “caixinhas” são herdadas do Institucional FIA e do Genesis e compõe também a carteira do Tracker.

Agradecemos a confiança depositada.

Atenciosamente,

Equipe Versa

Disclaimer: As opiniões, análises e informações contidas nesse artigo não constituem recomendação de investimento, nem tampouco material de oferta para subscrição, compra ou venda de títulos ou valores mobiliários, instrumentos financeiros, cotas em fundos de investimento ou qualquer produto ou serviço de investimentos. Declarações contidas neste artigo relativas às perspectivas dos negócios, projeções de resultados operacionais e financeiros, bem como referências ao potencial de crescimento das companhias citadas, constituem meras previsões, baseadas nas expectativas do analista responsável em relação ao futuro. Essas expectativas são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Versa Gestora de Recursos Ltda., seus sócios e colaboradores, por meio dos fundos de investimentos da casa, podem ou não estarem posicionados em títulos e valores mobiliários de emissores aqui mencionados, de forma que eventualmente influencie nas opiniões e análises aqui presentes.