Resultado Mensal (Maio/21)

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A segunda onda de covid-19 no Brasil teve repercussão negativa clara na bolsa de valores nos meses de janeiro e fevereiro. Desde então, a robustez da recuperação da atividade econômica no mundo e especialmente no Brasil deu força à tese da reabertura, prevalente nos fundos da Versa. O Ibovespa, que ultrapassou os 125 mil pontos, reflete este otimismo. Reflete também certo abandono com o novo recrudescimento da pandemia no Brasil e com o conhecido problema fiscal do país. Tem dois motivos para isso, em nossa visão: o primeiro é que apesar do ritmo de vacinação ter sido insuficiente para nos dar uma queda linear nos indicadores de contaminação e internação após a segunda onda, ainda há sinais positivos nos indicadores de mortalidade para os grupos que já se vacinaram (idosos, principalmente). A percepção de melhora contínua na mortalidade do vírus na medida que vacinamos os grupos de risco e, posteriormente, uma maior e melhor disponibilidade de vacinas, serve de luz no final do túnel. Vai ficando mais palpável a possibilidade das restrições mais agudas ao comércio terem ficado no passado.

O segundo motivo da bolsa “ignorar” a piora recente nos números da pandemia é o fato dessa piora aparentemente não ter interrompido a recuperação econômica. O PIB do 1o trimestre de 2021 cresceu +1,2%. Tal crescimento era impensável 6 meses atrás. Os dados de produção industrial, vendas no varejo e geração de empregos também vem surpreendendo as expectativas. O crescimento externo forte combinado com o potencial ainda a ser visto no setor de serviços (que segue fraco) com a reabertura nos leva a crer que o cenário para atividade econômica está bem e melhorando. Do lado fiscal chama atenção os dados fortes de arrecadação do governo federal. Ainda não está 100% claro se há sustentabilidade na folga fiscal que surgiu de repente nos últimos meses, mas a notícia é bem vinda. Já há quem discuta cenários de queda nos índices de endividamento/PIB nesse ambiente de forte crescimento da economia e arrecadação. Por isso, não só a bolsa retomou os 125 mil pontos como o dólar recuou para o nível de ~5,23.

Lá fora, os principais índices de ações seguem negociando em níveis recordes. Não é difícil entender porque. A economia está crescendo forte e os estímulos fiscais e monetários continuam, com impacto claro porém ainda inofensivo na inflação, o que sugere mais do mesmo em relação aos estímulos no curto prazo. O tamanho do gasto público e o seu efeito no crescimento chamam atenção nesse cenário de forte estímulo nos EUA. De acordo com a Rosenberg Research, ~35% da renda familiar americana hoje é representada por contribuições diretas do governo em forma de seguro desemprego ou “stimulus checks”. Antes da pandemia esse indicador era abaixo de 20%. Por um lado fica o receio que seja insustentável. É uma preocupação justa, porém enquanto a (baixa) inflação permitir, há de se esperar que os democratas continuem usando o máximo da potência fiscal que conseguirem para avançar bandeiras conhecidas do partido como a transição energética, a inclusão social e a infraestrutura do país. Enquanto durar, a agenda favorece atividade econômica e serve de motor também para economias emergentes como a do Brasil. A dúvida principal hoje é quanto tempo essa janela de alinhamento dos astros persistirá. Sabemos que não será para sempre, mas achamos que as mudanças econômicas aceleradas pela pandemia (mais uso de tecnologia principalmente) são estruturalmente desinflacionárias. Ainda, o avanço da vacinação deve continuar trazendo benefícios às cadeias de suprimento, o que favorece um “catch-up” do lado da oferta da economia em relação ao lado da demanda, outro fenômeno provavelmente desinflacionário.

Com isso, continuamos investidos na tese da reabertura. Acreditamos que nossos ativos nos setores do varejo, lajes corporativas e imobiliário ainda não refletem o potencial da recuperação econômica pós covid. Do outro lado da bolsa, no setor de commodities, permanecemos posicionados nas empresas com o melhor perfil de geração de caixa em diversos cenários de preço de commodities e cotação do dólar, como Vale, Braskem e JBS.

No mês de maio nossos fundos se beneficiaram com o otimismo geral com a reabertura da economia e a volta dos setores mais impactados pela pandemia. Tivemos altas de +23,6%, +12,0%, +7,8%, e +9,5% no Versa, Fit, Charger e Tracker, respectivamente. Os principais ganhos do mês foram Hering (+19,9% de alta no mês), Lojas Marisa (+44,0%), Guararapes (+17,9%), Vivara (+19,9%) e BR Properties (+7,0%).

Disponibilizamos mais detalhes sobre os principais ganhos e perdas do mês nas tabelas.

Agradecemos a confiança depositada,

Equipe Versa

Resultado dos Fundos

Atribuição de Performance

Destaques Positivos

Destaques Negativos

Disclaimer: As opiniões, análises e informações contidas nesse artigo não constituem recomendação de investimento, nem tampouco material de oferta para subscrição, compra ou venda de títulos ou valores mobiliários, instrumentos financeiros, cotas em fundos de investimento ou qualquer produto ou serviço de investimentos. Declarações contidas neste artigo relativas às perspectivas dos negócios, projeções de resultados operacionais e financeiros, bem como referências ao potencial de crescimento das companhias citadas, constituem meras previsões, baseadas nas expectativas do analista responsável em relação ao futuro. Essas expectativas são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Versa Gestora de Recursos Ltda., seus sócios e colaboradores, por meio dos fundos de investimentos da casa, podem ou não estarem posicionados em títulos e valores mobiliários de emissores aqui mencionados, de forma que eventualmente influencie nas opiniões e análises aqui presentes.