Você entende as forças de mercado que agem em um cenário de desabastecimento?

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Nessa semana vimos algumas notícias sobre uma possível nova greve dos caminhoneiros que acabou não se concretizando. Abaixo, explicamos as forças de mercado que agem diante de um cenário de greve, assim como aconteceu em maio do ano passado (2018).

A greve dos caminhoneiros, na prática, representa um choque negativo de oferta. Grande parte dos produtos sofre com o aumento dos custos logísticos para chegar ao consumidor final. No modelo simples de oferta e demanda, isso representa um deslocamento para a esquerda da curva de oferta. Para um mesmo preço, os ofertantes oferecem uma quantidade menor do produto. Dessa forma, o novo equilíbrio entre oferta e demanda se dará num ponto de consumo menor e preço maior, conforme no gráfico abaixo.

No entanto, a greve pode trazer consequências ainda mais graves para o equilíbrio entre preço e consumo dos produtos. Se houver limitação no abastecimento de algum produto por exemplo, para a oferta (que é limitada) conseguir satisfazer a demanda, todo o ajuste se dará via preço. Isso é ilustrado no gráfico abaixo. Dessa forma, o preço fica muito acima e a quantidade consumida muito abaixo do equilíbrio inicial no qual não havia o desabastecimento.

Na prática, ano passado observamos o problema do desabastecimento de combustíveis pelo Brasil, e as fotos dos postos de gasolina com preços exorbitantes refletem o poder das forças de mercado.